domingo, 10 de julho de 2011

Desculpe pela sinceridade

Pare. Pense um pouco sobre essa angústia/egoísmo de buscar o amor de alguém. Já tá me enchendo o saco ficar aqui lembrando dela, escrevendo, tentando identificá-la em alguma música ou filme imbecil. Tô achando que só esse incomodozinho chato que sinto já me dá autoridade de entendedor de poesia, de filosofia juvenil de boteco de velho, de amor. Quanta falta do que fazer, meu Deus!

Dá vontade de quietar um pouco. Sanidade sim, sanidade não, me pego imaginando o após: a tranquilidade extasiada de me ter nela e nada mais. Nada mais de melodramas! Dá vontade de ser lembrado só pra ser merecedor do dom de esquecer. Isso é pedir demais? Isso é de pedir? É isso?

Se segura aí! Vai com calma! Tá todo mundo falando isso comigo e tem de dar tempo ao tempo e não sei o quê. Acho que descobriram minha destreza de disfarçar ansiedade como paciência. Vão me chamar de louco. Aceito, se puder ser apenas ser louco. Ou preciso da loucura de me justificar apaixonado?

Não é hipocrisia não, juro. No máximo autodefesa que nasceu por intuição covarde. Coisa que vem de dentro mesmo, nada de psicanálise ou cigarrinho da liberdade. Coisa que não resolve. Agonia. Acredite se me quer.

Sei que ninguém compra vira-lata. Tô me doando.

Um comentário:

  1. "Nas noites de frio, os cachorros latem. Latem porque a noite dói no coração do mundo. Latem para esquentar o nariz. Latem porque quem late seus males espanta. Latem em grego, em cachorrês, em latim. Latem como se falassem sozinhos..." Leminski

    desculpe-me a sinceridade mas gostei Muito desse texto seu...

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