À moda antiga?
Na verdade eu mal consigo imaginar como esteja o cabelo dela hoje em dia. Se ainda usa o mesmo perfume, se mora no mesmo lugar ou se ainda sente atração por fracassados. As bandas que amaria até o resto da vida, tenho certeza que mudaram. Ela sempre seguiu os tempos coletivos. Várias modas já se passaram desde a última vez que a abracei. E eu continuo aqui, não me adaptando a nenhuma delas e não encaixando bem em nenhum abraço.
Sempre tive a sensação de prepotência de fracassado. Eu só precisaria de uma chance? Se ela fosse por mim, não existiria nada nem ninguém que a faria mudar de ideia. Falta de modéstia? Vontade de me explicar, de me aceitar, de me assegurar dentro de mim a fim de descobrir que nem todo fracasso foi em vão.
O problema é minha confiança, nunca em doses certas. Ou me falta, a ponto de cair na realidade e me perceber como sou. Ou me sobra, achando que o fracasso é só questão de ponto de vista e que assim devo ser, até que a empatia se sobreponha a inadequação.
Não me pertenço?
Preciso da eterna busca de virtudes ocultas. O exato, escancarado, o gratuito, nunca me completou. A procura desse feixe de luz externo vem da escuridão interna? É por ter demais a mostrar? Chega a incomodar tudo isso que, até segunda ordem (ou segundo amor), está escondido em mim. Guardado ali, quietinho, embaixo de tantas decepções e precauções, defendendo. Carrego no olhar a angústia de não saber o quanto mudei, o quanto preciso mudar.
Vem, esbarre em mim qualquer domingo na rua e lance de volta seu sorriso sem graça. Me confunda, me contradiga outra vez.
Amei!
ResponderExcluirainda bem q estou lendo isso hoje...
ResponderExcluirontem não sei ...
Muito bonito, muito...
Talvez o caminho seja a busca desse feixe de luz que vem da escuridão interna (local da maturidade). Talvez...
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