O que sei é que tentei de todo jeito esquecer aquela vadia. Fui até na igreja um dia, pra ver se tirava a urucubaca. Na igreja comecei a viver meu purgatório. Lá do último banco, avistei uma gorda que era amiga da Gabi. Gláucia era uma dessas amigas gordas que sempre invejaram Gabi por ser gostosa. Provavelmente devia estar ali rezando para Santo Expedito te encontrar um pau amigo, de tão feia que era. Trocamos alguns olhares e saímos antes mesmo do sermão terminar. Falando pelo canto da boca, mandei o padre à merda. A gorda achou aquilo o máximo, mas disse que ainda havia muito da Gabi em mim e prometeu que me faria esquecer ela rapidinho.
Comi a Gláucia por algumas semanas. Enquanto a comia, sentia a falta de poder aguentar uma mulher cavalgando em cima. Ao contrário do que ela havia me prometido, eu só conseguia me lembrar cada vez mais de Gabi. Tentei esquecê-la, ou encontrá-la em mais duas outras gordas quaisquer. Vanessa e Bárbara. Não adiantou. Trepavam como gordas.
Comi também a Duda, que era cheiinha. Bem melhor do que as outras três gordas anteriores, mas ainda assim gordinha. Senti que aquilo poderia ser o início de uma nova era. Duda era a transição entre a gostosura e a gordura. Aquilo parecia ser a transição do meu purgatório em paraíso. Tempos melhores viriam.
Duda era também inteligente e simpática. Nos dávamos bem. Certa vez até a apresentei como namorada para um amigo. Fábio, por sua vez, dias depois me apresentou sua namorada. Linda, com o ar blasè, voz de entediada e um quadril que me levaria à loucura na primeira mordida que desse. E ainda por cima, magra.
Como estou pouco me fudendo para amigos e sentimentozinhos melodramáticos, tratei logo de ir dispensando a Duda e de ir enganando o idiota do Fábio. E foi mais fácil do que pegar gordas.
Bianca, a magrela blasè, me ajudou bastante. Não se fez de difícil nem de puritana. Parecia ter lido em meus olhos a necessidade que eu tinha de comê-la. Após dois dias de conversa no celular, consegui convencê-la a ir ao meu apartamento.
Quando ela tocou o interfone, ouvi uma espécie de harpa celestial tocada por anjos. Eu subiria aos céus novamente, e prometi pra mim mesmo não sair de lá tão cedo. Nada de gordas, falta de fôlego, fracassos pessoais de masculinidade ou posições desconfortáveis. Nada de lembrar de Gabi e me humilhar, rastejando como um verme no cio. Aquela era a minha hora.
Fui logo a atacando. Beijei-a e retirei com força seus seios pra fora. Não eram perfeitos como o de Gabi. Senti certa fraqueza, decepção. Algo em mim me dava vontade de chorar, desistir e me contentar com gordas pelo resto da vida. Mas continuei. Apaguei as luzes do apartamento como uma virgem de quinze anos. Ela perguntou se eu me sentia inseguro com meu pênis ou sei lá o quê. Respondi que sei lá o quê. Ela parecia ser bem experiente, mas estava começando a se sentir incomodada com aquela situação. Não me importei. Continuei a chupando e a apertando, sem dar muito valor aos seios, ainda com certo receio. No final, ela parecia ter gostado. Acendi às luzes e esbocei algumas palavras, apesar de bufar de cansaço como um búfalo.
Bianca me definiu como uma estranha mistura entre inocência e vulgaridade. Eu respondi dizendo que a inocência e vulgaridade estão nos olhos de quem as vê. Eu só estava me sendo.
Hoje estou livre da maldição. Subi aos céus outra vez, mas resolvi voltar ao purgatório, onde se há mais gente como eu. E ainda sinto saudades do meu demônio, Gabi. Um lindo demônio que adorava me fazer cair em tentação, com aquela insanidade e com aqueles peitos. Ah, aqueles peitos...
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