Fazia quatro gordas que eu não era feliz. Fazia três meses que eu só comia gordas, gordas, gordas e a Duda, uma cheiinha que também incluirei na raça das gordas para aumentar o meu drama. Conto sobre ela e as demais gordas mais tarde. Agora é hora de falar do meu inferno e das reencarnações que fui obrigado a passar lá. Falarei desse tormento maldito que vivi, e que ainda sinto que foi tudo graças a alguma maldição demoníaca da minha ex, Gabi.
Gabi, aquela que eu mais comi (com o perdão da rima), não tinha nada de gorda. Tinha o corpo inteiramente suculento. Gostosa com todas as letras, com todos os peitos redondos, branquinhos e ainda com mamilos rosa. Uma daquelas mulheres gostosinhas desde pequena. Chegou até a tentar dar uns passos como modelo na pré-adolescência, por incentivo dos seus sonhos medíocres de classe média. Não aguentou muito tempo. Mandou tudo à merda (acho que é daí que vem sua mania de mandar tudo à merda) e resolveu perder a virgindade com quatorze anos, dando pra um marginalzinho qualquer da zona norte.
Merdas e merdas, anos e anos depois, Gabi me conheceu numa dessas festas de “cheire quanta cocaína que seu nariz puder” e acabamos nos encaixando, literalmente. Acho que ela via em mim afinidade, o mesmo passado promissor e o futuro com nada pela frente. Enquanto isso, eu via nela aqueles peitos redondos, branquinhos e com mamilos posicionados milimetricamente no lugar certo.
Um dia, enquanto eu a tocava, ela se tocou. Deu uma dessas crises de mulher louca e disse que queria terminar. Me mandou à merda. Nem me importei, apesar de forjar uma cara de desentendido. Fiquei triste mesmo por não poder ter terminado o serviço e de ter de guardar o pau duro na calça jeans. No mais, sempre soube que esse dia chegaria. Era só questão de tempo. Questão de merda, ela mandava todos e tudo à merda. Ouvi tudo e logo percebi que ela não queria me ouvir. Sai de sua casa e prometi ligar pra ela mais tarde, para marcar o término da trepada, quer dizer, para conversarmos melhor. Ela continuou me mandando à merda.
Virei a esquina da sua rua e ainda ouvia seus palavrões. Felizmente, palavrões sempre me remetem a liberdade. Logo comecei a imaginar a liberdade que me esperava. Imaginava a quantidade de gostosas que poderia comer. Por alguns segundos de insanidade, até pensei “ela nem era tão gostosa assim”. Imaginava as orgias que estavam por vir, com mulatas, japonesas e gêmeas suecas. Mas nenhuma dessas vieram.
Vivi na merda, assim como Gabi havia desejado. Vivi, isso é, sobrevivi de filmes pornôs, punhetas e prostitutas baratas. Minha aceitação de pós fim de relacionamento durou muito pouco. Ligava para Gabi praticamente todas as noites. Queria dizer o quanto sentia falta de chupar aqueles peitos. Queria ouvi-la dizendo o quanto sentia falta de me chupar. Mas Gabi nunca me atendeu. Talvez por ter mudado o número do celular, por estar dando pra qualquer um da zona norte, ou por medo de não se segurar de tesão ao me ouvir falando de peitos, saudades e perdão. Acho que nunca saberei.
Se o personagem, como eu, fosse discípulo do Zorba encontraria a Afrodite nas gordinhas e tava tudo bem!
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