domingo, 3 de janeiro de 2010

Um Próspero Ano Novo

Cinco, quatro, três, dois, um. Feliz 2010 e todas aquelas baboseiras familiares. Resisto fortemente e me comporto como um bom cristão, até perceber aquele fardo de cerveja na geladeira e começar a me preocupar. Talvez meu réveillon não estivesse predestinado ao fracasso, talvez eu deveria encarar aquilo como um sinal divino de que 2010 possa realmente ser um ano melhor, e começar do jeito que passei uns 2010 dias em 2009: bebendo.
Mas e aí? Seria só abrir a geladeira e curtir o melhor réveillon familiar de todos os tempos? E descaradamente responder os olhares tortos batendo no peito e me auto-afirmando como garoto rebelde de 19 anos? Ah, deixa pra lá. O sono já me ganhava e então comecei a perceber que não tinha mais a mesma disposição jovial de 18 anos. Que saudades eu tenho de 2009...
Será que os votos de juízo, saúde e felicidade já estavam fazendo efeito? Recusara à cerveja, era vencido pelo sono e mesmo assim tudo parecia estar bem. 2010 poderia mesmo ser diferente.

Horas depois, já me sentindo como um idoso, parecia ter sido recompensado por tanto tempo ao lado do travesseiro. O novo ano pareceria mais maduro, mais sensato e mais sem apetite. Mesmo após ingerir tanta alimentação própria para humanos (ato não muito praticado em 2009), a sensação de vazio insistia em ficar. E a própria cerveja parecia ser apenas uma velha amiga em um passado distante.
Mas, porra! Nem vontade de cagar me dava! Como um dia pode envelhecer tanto uma pessoa? Daqui a pouco eu teria vontade de comer aquela papinha ou mingau estranho que trocava olhares comigo. Mas porque não tentar? Na verdade ela até tinha um olhar bem simpático...
Mousse de Maracujá...
Mousse de Maracujá
Mousse de Maracujá
Era um magnífico e apetitoso mousse de maracujá.
Como as pessoas conseguem beber cerveja ao invés de comê-lo? A humanidade parece não ter aproveitado as últimas horas para evoluir. E enquanto isto, eu aproveitava a vida como Horácio e Ana Maria Braga já nos sugeria.
Mas o que verdadeiramente aconteceu durante a tão teorizada vida de Horácio? O que nos resta além de sua poesia e seus séculos de inspiração? E o que dizer sobre Ana Maria Braga? Quantas pessoas verdadeiramente a conhecem além de seu programa diário em plena 8 horas da madrugada? E o que ela faz durante os intervalos comerciais? Eu, com certeza descobri tudo isso da pior maneira...

Diarreia, caros amigos, diarreia. Um tema pouco abordado por poesias e programas de TV, confesso. Mas não mais deixemos que isto crie uma barreira hipócrita que separa a verdade da felicidade.
Durante seus intervalos comerciais, Ana Maria Braga caga. Sim, ela caga. E isso dá até poesia. O que Horácio diria?

Ana Maria
Braga
Caga.

Caga,
Se contorce
Se escorre, se socorre

Se apressa
Se enerva, se esquiva
Chuá!
Ana Maria à cagar.



Mas e daí? O Horácio mais conhecido em 2010 continuará sendo o da Turma da Mônica. Ana Maria Braga, com tanto botox, pode mesmo ter perdido a habilidade de cagar. E eu, com tanto tempo sem escrever, posso mesmo ter perdido a vontade de me limpar.

Dois Mil e Dez. Carpe Diem. Colha seu dia, mas saiba que muitas diarreias virão. E que muitas coisas além da TV e da poesia devem ser feitas para quem deseja se sair limpo.

2 comentários:

  1. Acho melhor eu não bostar meu primeiro comentário do ano aqui não...
    Pois tenho que começar com um dedo direito né, pra tal da sorte, e argh seria bem mindim.
    Putz, fudeu!

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  2. Dizem o que você faz na virada você faz o resto do ano...

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