quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Haver Mister do Solstício
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Adeus, boa amiga.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Quando plantei uma muda
Definitivamente não era a melhor coisa para se fazer nas férias, mas os conselhos da sociedade sobre a plantação de mudas pareciam ser motivadores.
Campanhas natalinas, ONG's, assistentes sociais, comerciais de TV, indicações de amigos e blogs legais da internet que relatavam experiências bem sucedidas...
Resolvi que pelo menos uma vez na vida eu deveria tentar. Deveria inovar, superar os preconceitos e a minha hipocrisia para com a sociedade. Resolvi plantar.
No começo tudo parecia dar certo. Eu estava feliz com meu trabalho e pensava que seria realmente recompensado se continuasse trabalhando sério. Alimentava-a do jeito que mandava os mais caros manuais de agronomia que consegui comprar. Aguava-a de um modo que nem mesmo as mais crueis águas de verão pensaram em fazer com o pobre litoral brasileiro. Sentia que ali poderia se estabelecer uma verdadeira relação de carinho, afeto e reciprocidade, algo que se assimilava ao amor cedido por famílias de classe média às crianças negras adotadas.
E foi assim, mesmo com o passar das minhas férias, que continuei a fazer meu serviço. Sentia que era um fardo pesado e que apenas uns poucos escolhidos por Deus poderiam carregar. E foi assim, mesmo com meu passado insensível atormentando o porvir, que lutei contra meus defeitos e continuei cultivando minha linda muda. Mal podia esperar pela tal primavera...
Mas o outono acabou chegando primeiro. E do jeito que os cientistas avisaram: apenas no hemisfério sul.
O outono testava meus conceitos, preconceitos e paciência. De repente eu parecia estar em um interminável filme de terror. O homicídio doloso parecia ser inevitável. Quantas vezes pensei em injeção letal, envenenamento e até em métodos menos ortodoxos...
Mas eu precisava ser forte para aceitar continuar. Meus planos mudaram completamente e... PORRA, ALÉM DE MUDA, ERA SURDA, CEGA E VERDE!?!?
Com certeza a sociedade não me advertiu sobre isso. Sempre achei que ela seria apenas muda, e que esse seria meu único desafio. Mas a comunicação se tornava cada vez mais difícil e aquela cor diferente da minha incomodava todos olhares. Seria culpa do maldito outono? Da maldita sociedade? Não. Era hora de me libertar da minha covardia e aceitar o meu destino.
Desde então sou vegetariano e liberto a humanidade desse mal maior com meus próprios dentes.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Um Próspero Ano Novo
Mas e aí? Seria só abrir a geladeira e curtir o melhor réveillon familiar de todos os tempos? E descaradamente responder os olhares tortos batendo no peito e me auto-afirmando como garoto rebelde de 19 anos? Ah, deixa pra lá. O sono já me ganhava e então comecei a perceber que não tinha mais a mesma disposição jovial de 18 anos. Que saudades eu tenho de 2009...
Será que os votos de juízo, saúde e felicidade já estavam fazendo efeito? Recusara à cerveja, era vencido pelo sono e mesmo assim tudo parecia estar bem. 2010 poderia mesmo ser diferente.
Horas depois, já me sentindo como um idoso, parecia ter sido recompensado por tanto tempo ao lado do travesseiro. O novo ano pareceria mais maduro, mais sensato e mais sem apetite. Mesmo após ingerir tanta alimentação própria para humanos (ato não muito praticado em 2009), a sensação de vazio insistia em ficar. E a própria cerveja parecia ser apenas uma velha amiga em um passado distante.
Mas, porra! Nem vontade de cagar me dava! Como um dia pode envelhecer tanto uma pessoa? Daqui a pouco eu teria vontade de comer aquela papinha ou mingau estranho que trocava olhares comigo. Mas porque não tentar? Na verdade ela até tinha um olhar bem simpático...
Mousse de Maracujá...
Mousse de Maracujá
Mousse de Maracujá
Era um magnífico e apetitoso mousse de maracujá.
Como as pessoas conseguem beber cerveja ao invés de comê-lo? A humanidade parece não ter aproveitado as últimas horas para evoluir. E enquanto isto, eu aproveitava a vida como Horácio e Ana Maria Braga já nos sugeria.
Mas o que verdadeiramente aconteceu durante a tão teorizada vida de Horácio? O que nos resta além de sua poesia e seus séculos de inspiração? E o que dizer sobre Ana Maria Braga? Quantas pessoas verdadeiramente a conhecem além de seu programa diário em plena 8 horas da madrugada? E o que ela faz durante os intervalos comerciais? Eu, com certeza descobri tudo isso da pior maneira...
Diarreia, caros amigos, diarreia. Um tema pouco abordado por poesias e programas de TV, confesso. Mas não mais deixemos que isto crie uma barreira hipócrita que separa a verdade da felicidade.
Durante seus intervalos comerciais, Ana Maria Braga caga. Sim, ela caga. E isso dá até poesia. O que Horácio diria?
Ana Maria
Braga
Caga.
Caga,
Se contorce
Se escorre, se socorre
Se apressa
Se enerva, se esquiva
Chuá!
Ana Maria à cagar.
Mas e daí? O Horácio mais conhecido em 2010 continuará sendo o da Turma da Mônica. Ana Maria Braga, com tanto botox, pode mesmo ter perdido a habilidade de cagar. E eu, com tanto tempo sem escrever, posso mesmo ter perdido a vontade de me limpar.
Dois Mil e Dez. Carpe Diem. Colha seu dia, mas saiba que muitas diarreias virão. E que muitas coisas além da TV e da poesia devem ser feitas para quem deseja se sair limpo.